domingo, 30 de janeiro de 2011

Ética para lugares pequenos


Na faculdade de filosofia tive um professor de Ética medíocre (cujo nome não revelo, a fim de ofender a sua mediocridade) que me ensinou que etiqueta era uma espécie de pequena ética. Quer dizer, uma ética para espaços reservados. É verdade, neste mundo em que nos falta filosofia, existem maneiras de se agir bem em determinados lugares – e sempre existem os que agem bem e aqueles que não agem tão bem.

Supermercado é um desses lugares em que devia ter na porta um livrinho de condutas. As pessoas se portam mal e não possuem o menor cuidado umas com as outras. É verdade, já vi, por exemplo, um engarrafamento de carrinhos de compras, veja só uma coisa dessas! Os supermercados andam superlotados? Com certeza, a Walmart sabe fazer muito bem os seus negócios, mas o que provoca uma fila de carrinhos são as pessoas que não sabem posicioná-los, geralmente colocando-os bem no meio dos corredores – um pandemônio só, que revela a falta de preocupação com quem está fazendo compras. O supermercado é um microcosmo, porém o que se faz em lugares pequenos se faz também em grandes: quem empilha os corredores com carrinhos de compras; engarrafa o trânsito com seus carros; empata a vida dos outros com suas resoluções. É só conferir para confirmar o que estou falando.

Por falar em falar, falar dos outros é falar mal e é isto que estou fazendo: falando mal. Peço que me perdoem, é um exercício que acabo praticando involuntariamente. Voltando ao assunto da pequena ética, seria bom praticá-la para se dar grandes saltos, já que as grandes mudanças acontecem naqueles pequenos atos de que tanto falo. Não deveria ter chamado meu professor de Ética de medíocre, afinal, conseguiu me ensinar o que era etiqueta. Realmente se peca pelo mínimo.

5 comentários:

  1. Sabe o que observo muito , Thomaz? as pessoas sempre fazem um questão enorme de ser respeitadas dentro de seus espaços privados. Mas da porta para fora costuma prevalecer o indesejável e antiético "salve-se quem puder que aqui é meu pedaço" como se os espaços coletivos continuasem a ser privativos. Acho que quanto a etiqueta, a maioria está mais preocupada é com qual vai estampada em sua roupa, seu carro...Ótima semana. Paz e bem.

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  2. Thomaz,
    Geralmente as pessoas têm na rua, o comportamento que têm dentro delas, não se respeitam, não se fazem respeitar. Empurram seus carrinhos olhando para as prateleiras atropelando o calcanhar dos outros, deixam seus carros no corredor para pegarem o que querem; levam tempo pensando e tirando o lugar de alguém que quer se servir nas prateleiras. A gente só vê gente educada quando elas se preocupam um pouco com os outros. Do contrário é aquela coisa grotesca.

    Abraço
    tais luso

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  3. Thomaz, gostei da etiqueta ser a pequena ética!
    Aqui no Rio existia um "maluco" que vivia nas ruas:o Profeta Gentileza, conhece? Era maluco mas cunhou uma das melhores frases que conheço:
    GENTILEZA GERA GENTILEZA.
    Essa gente mal educada não tem ética, gentileza e exigi tudo, mas não dá nada!
    Triste.
    abs
    Jussara

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  4. dá muuuuuita raiva esses carrinhos mal estacionados

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  5. O que mais acontece na vida são pequenos erros. Procurar não comete-los é o que faz a diferença. Por mais que se explore megas projetos, é o simples e pequenos que as coisas se desenvolve. Gentileza hoje em dia é artigo de luxo. Ética somente é para ser estudada e não praticada. Respeito, o que é isso? Quer causar confusão nas pessoas fala sobre empatia! Daí vai dar um nó na cabeça deles. Só sei que as coisas poderiam ser diferentes!

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